Utopias de humanização do capitalismo: a crise da intelectualidade crítica
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Resumo
Este artigo busca questionar algumas críticas recentes à forma contemporânea e senil do capitalismo, que não alcançam a radicalidade do questionamento à forma-capital. A ideia é mostrar que uma gama de intelectuais críticos de diversas correntes apresenta propostas para a transformação do mundo que são, a um tempo, utópicas no sentido negativo de construtos ideais incoerentes e inexequíveis, e carentes de utopia no sentido positivo da imaginação de uma vida social radicalmente distinta do atual. Examinamos as críticas de autores de diferentes escolas filosóficas: o liberal Thomas Piketty, os foucaultianos Pierre Dardot e Christian Laval e, oriundos do marxismo, André Gorz e David Harvey. O objetivo é argumentar que a crise em que se encontra a intelectualidade crítica está ligada à sua falta de radicalidade. Secundariamente, este artigo também aponta que, em algumas das teorias que examinamos, a falta de radicalidade das teses pode ter como base o apego aos privilégios da “classe intelectual”.
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